domingo

O sentimento mora no meu coração



Permaneço numa espera amarga, onde o rascunho de cada dia é sempre tremido, isento de um objectivo fixo. Em muitos momentos tento emergir e respiro fundo acabando por sentir o sangue oxigenar-se pelo meu corpo, causa do ar fugir-me ao limite. Nunca me entregarei ao mal das fraquezas, muito menos dar-lhes razão e elevá-las ao ponto de serem elas a agir e a falar por mim. E porque que não fazes o mesmo contigo? Sonho com a sinceridade dum beijo que me embala e faz-me desejar por um futuro. Existem tantos dias por clarear, e eu, desejava ter aqui comigo o encanto ao qual me rendi e que apesar de todas as dores obrigo-me assim, devido a essa utopia… ausente de mim, agora. Vejo mãos que me tentam puxar, braços que me tentam amparar, sentimentos de corações diferentes, mas o meu destino não é esse. Construo desejos sem fim, e anseio um regresso. As saudades caracterizam o meu estado, a minha rotina e crescem com as horas, era tudo o que não queria sentir. Dou o limite de mim, e tão pouco recebo, sendo apenas indiferença e silêncio. Quero e perco a conta as vezes que procuro resgatar todos os segundos de volta e as origens de um amor que existe mas que vive adormecido. Desejaria apenas poder ser outro corpo se não o meu para privar-me de não sentir este tormento.
Eu sei. Sou louca, amante, perdida de amores, mas sinto-o. Sou também a criança que conheceste e a mulher que se fez nas tuas mãos, e não o deixo de ser.

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