sábado

"vocês juntas fazem uma mistura explusiva"




Se sinto a tua falta? Já senti. Mas se não senti durante um ano, não irá ser agora que vou sentir. Tu mesma fizeste com que eu deixa-se de ter saudades tuas. Não te desejo mal algum, não, apenas que continues na tua. E, quando passares por mim na rua podes bem mudar de direcção e virar-me a cara, na verdade é um favor que me fazes. As memórias que me restam de ti irão para o meu baú de cinzas, pessoas como tu, eu não quero. Agora vejo que nunca precisei de ti ao meu lado.






Um dia a raiva da saudade falou mais alto e obrigou-me a dizer estas ásperas palavras. Pois, eu sempre precisei de ti ao meu lado, mais do que qualquer outra pessoa. Não vês que isto tudo ainda me afecta? Isto nunca me fez bem. Embora penses que sim, o teu lugar nunca foi substituído e nunca ninguém me conheceu tão bem como tu, nunca ninguém soube tanto de mim como tu, mesmo eu não dizendo nada. Ambas guardamos um rancor que ninguém nem nós mesmas percebemos o seu motivo. A distância um dia apoderou-se de nós e esse sim, foi o nosso verdadeiro mal. Compartilhamos uma vida, uma infância, uma adolescência; segredos, birras, lágrimas, sorrisos sem fim e sabe-se lá mais o quê. Sabes, tenho imensas saudades dos laços que nos uniam e não deixavam que nada nos destruísse. No fundo, uma amizade assim nunca morre, a nossa apenas adormeceu no coração de cada uma. Eu guardo com carinho todas as memórias que me deixaste que, afinal de contas, ainda foram bastantes. Estes anos que nos separaram não nos permitiram ver crescer uma e outra mas tenho a certeza que se a vida voltar-nos a juntar o nosso caminho vais sentir o que eu sinto e eu vou sentir que sentes o que eu sinto, tal como eu a ti. Eu sempre fui a mais lunática e sonhadora entre nós e tu a mais terrestre e solar. Mas o que era a vida sem sol e lua? Acredita que todos os dias penso em nós, no que vivemos, no que somos e o que vamos ser num futuro seja ele próximo ou longínquo. Serão coisas nossas que nunca mudam - que nos ficam á flor da pele, gravadas naquilo que fomos.
Eu (ainda) adoro-te tanto, e nem sei se o sabes.

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