I. Afinal o que é isto? Que nome dar a isto?

Tira-me o folgo, mas tira-me deste lugar. Tenho o coração embaciado de dúvidas e incertezas, é o pior de todos os estados. Mesmo estando rodeada de coisas boas, coisas que querem o meu bem continuo a desejar tanto isso que de todas as coisas é a única que mais me ilude. Fico incapacitada. Tudo fica frio sem o seu amor e o seu braço morno, torna-se indefinido sem a forma dos seus lábios. O seu absurdo silêncio atravessa o meu olhar desfocado de uma nova cruel realidade, desgasta assim a alma e o coração e se encarrega de mergulhar em leves sonos em que todo o enredo se resume ao seu brilho efémero. Tanta confusão, tantas questões e nem uma resposta, tantos remoinhos criados na minha cabeça um tanto ou quanto paralelos de infinitos sentimentos. Consome-me toda por dentro, o meu corpo parece pesar chumbo, mata-me assim desta forma tão descomunal. Já nem estou conseguir controlar os meus sentidos esses que se viram ao avesso com esta situação, logo eu que gosto de ter tudo sob controlo e na verdade é tudo isso que me controla a mim, ou não fosse este imenso sentimento criado. Só os loucos dizem estas coisas - os loucos e os apaixonados.