É manhã.
Algum do pouco sol, nesta manha descalça, entre pelas fendas da minha varanda deixadas por mim abertas no dia anterior. Não que eu queira acordar e sorrir para o mundo, mas por mais que tente agora voltar a cerrar os olhos e preferir o mundo dos sonhos e não este cruel mundo que cada vez faz-me parecer mais frágil, mas em vão. Tem-se tornado cada vez mais difícil acordar, levantar, vestir a roupa de menina que está a crescer e estampar um sorriso algures pela face, pois o meu peito continua um campo de batalha. Dou por mim como vencida desta saudade que me arrasa o corpo e me vence na mente. As cores suaves do meu quarto reluzem agora para mim. Olho para o outro lado da cama, aquele virado para a varanda que eu guardava só para ti e, depressa agarro os lençóis... Sei que são só lençóis mas até estes parecem ter o teu efémero cheiro, tal como qualquer outro canto do meu quarto. De novo, voltas mais uma vez, a ser o meu primeiro pensamento do dia, só mais uma vez. Tento parar, tentativas não me faltam. Saio do quarto e dirijo-me para a minha varanda. O dia apresenta-se sereno, a vontade de viver cruza com o vento morno e eu desejo que dessa mesma forma a minh'alma se identifique com a mesma tranquilidade desta manhã. Vejo os meus cabelos dançarem com o vento, os meus olhos a abrirem com a mesma intensidade que a manhã se desenvolve. Mas tudo isto cansa agora. Isto de ser gente cansa. Cansa ter de ver depois desta serena manhã as futilidades e mentiras que as pessoas fazem com o decorrer do dia, cansa ainda mais ver as pessoas que mais gostamos partir. Pois essas são sempre as que um dia vemos partir, são as que partem sempre (ponto final)
1 comentário:
É doloroso vermos as pessoas que amamos partir, por mais que os dias sorriem para nós a melodia da despedida ainda toca em nossos ouvidos e é sentida em nossos corações. amei.
querida, quando der da uma passadinha no meu novo blog "Querido Diário" :*
http://queeeridodiario.blogspot.com/
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