domingo


Estampei na cara um sorriso de orelha a orelha, um brilho nos olhos e um humor fantástico: irónico e simplista face ao meu estado d’alma pleno e tão constante. Mas, tem-se tornado cada vez mais difícil acordar, levantar, vestir a roupa de menina que está a crescer e estampar um sorriso algures pela face, sem o fascínio a que me rendi! O meu peito continua um campo de batalha. Dou por mim como vencida desta saudade que me arrasa o corpo e me vence na mente, a olhar o coração e ver esta grande cicatriz á espera de ser sarada. O meu órgão propulsor quer motivos para continuar a bater e os membros inferiores querem deixar de tremer insegurança. Nesta etapa, o momento do silêncio apodera-se, a única melodia que em embala. Imergi neste mar de emoções e não sei por onde navego, sinto apenas que estou longe do meu lugar, sabendo que o meu destino é esse amor que finge ausente de mim. E o que desejo que seja cria o maior e pior vazio na alma, um aperto no peito, maior sufoco. Sinto o coração rasgar-me o peito a cada passo, ao ritmo do bombear do coração, cresce os desejos, as vontades e o seu rosto é o único que procuro em todos que encontro. De qualquer maneira será sempre assim, do meu jeito e a realidade é apenas essa que a alma toca. As forças não se perdem, permanecem sempre no meu corpo, para me manterem firme, mas estão-se a tornar vítimas de se dissiparem. Tenho sido feliz, enquanto finjo sê-lo...



... Preciso de manter a cabeça erguida e o meu corpo leve como uma pena - livre de inquietações, melancolias. 
É o que precisarei.


3 comentários:

Anónimo disse...

Por vezes navegamos sem rumo , sem razão, porque nos falta algo

Débora Frescata disse...

"Tenho sido feliz, enquanto finjo sê-lo..."

Rita Oliveira disse...

sabes que adoro vir aqui ler o que escreves?
EU GOSTO MUITO DE TI CÁTIA, SEMPRE!